Vendedor, uma pessoa que oferece um produto que nem sempre é necessário. Usa uma camisa polo, com a caneta fixada no bolso da frente, fala e argumenta com o objetivo principal de atingir o seu objetivo: vender!
Cristiano Maingue,
Diretor Comercial e Sócio – Invente Comunicação
Certamente, todos têm uma memória pré-definida de um vendedor e a sua imagem. Há alguns anos, por exemplo, existiam os vendedores de Enciclopédia. O método de trabalho era o formato PaP (porta a porta) e eram treinados a tocar o gongo a cada venda efetuada. Uma política motivacional que surgiu nos Estados Unidos, na década de 50.
Para muita gente a palavra “vendedor” faz os dedos dos pés encolherem. Mas chega de classificar quão pejorativa é a palavra vendedor… Vamos falar sobre o executivo de conta, agora sim ficou bonito!
Nas sociedades orientais, principalmente nos povos árabes, vender é algo que se aprende no berço. Desde cedo eles são educados a negociar, parte fundamental da venda. Até hoje são muito prósperos, fato que é consequência da cultura comercial que evoluíram. Já na sociedade ocidental, a força das vendas veio pelo crescimento capitalista, ganhos financeiros e muita riqueza, tornando a atividade diretamente relacionada à riqueza e ganhos fáceis. O que quero dizer vai muito além desses pré-conceitos. Meu objetivo é mostrar um outro lado da profissão. Uma característica que não precisa ficar escondida na criação de nomes bonitos como executivo de conta.
Por isso afirmo: TODOS SOMOS VENDEDORES.
Vamos criar um cenário para esclarecer essa afirmação. Por exemplo, em uma agência de publicidade temos vários setores: atendimento, mídia, planejamento, redação e criação. Vamos falar do último. O criativo, como característica inerente à sua atuação, tem na criatividade sua essência. São artistas atuando em prol de um objetivo que foi costurado pelo atendimento e o cliente. Ou seja, um objetivo comercial.
Não quero discorrer se design é arte ou se arte é design, mas sim sobre a atitude humana do profissional que caminha entre uma linha muito tênue, entre a arte e a atuação mercadológica. Vamos ao exemplo: na manhã do dia 29 de fevereiro de 2085, o criativo teve um insight avassalador. Ótimo, vamos aplicar a ideia ao projeto e apresentar ao cliente. O resultado será perfeito. A apresentação será montada, com um visual incrível, pranchas de foam, folhas A3, rendering, tudo para impressionar e aprovar a ideia com o cliente.
Todos prontos, grande público, a apresentação começa. O atendimento, como o nome já sugere, assume a frente e começa a apresentar o trabalho! Tudo espetacular, dentro do cenário da equipe da agência, pois ali estava a certeza da big idea! Foi uma apresentação incrível, o cliente adorou, mas não aprovou! Por quê?
A apresentação foi ótima, mas não convenceu! E o criativo que estava ali, junto, e poderia ter defendido sobre o que o levou a chegar a tal conclusão e a desenhar tal estratégia, se calou e deixou apenas o atendimento falar sobre o projeto, e assim mais uma grande campanha foi para a gaveta.
É isso. Ou você vende ou o outro vende por você.